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Saiba o que é a hantavirose e como prevenir a doença

A morte de Betsy Arakawa, esposa do ator Gene Hackman, nos Estados Unidos reacendeu o alerta sobre a hantavirose, uma doença rara, mas de alta letalidade. Transmitida por roedores silvestres, a infecção pode causar complicações pulmonares e cardíacas graves. No Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde, foram registrados 34 casos da doença em 2024, com 12 óbitos confirmados. No Rio Grande do Norte, o único caso reportado ocorreu em 1999, que resultou no único óbito pela doença, segundo a série histórica iniciada em 1991. Embora os números sejam baixos, a letalidade da doença é de 46,5% e não há vacina disponível.

A infectologista Gisele Borba, do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), explica que a hantavirose é uma zoonose, ou seja, uma doença transmitida de animais para humanos. A infecção ocorre pelo contato com saliva, fezes ou urina de roedores silvestres contaminados. “O principal fator de risco é a exposição às excretas de roedores silvestres, principalmente relacionadas a atividades de limpeza de armazéns e barracões na zona rural, bem como atividades agrícolas”, afirma a médica.

Os sintomas iniciais da hantavirose são inespecíficos, o que pode dificultar o diagnóstico precoce. “Febre, dor de cabeça, dor nas articulações, dor abdominal, diarreia, vômitos. Com a evolução do quadro, surgem tosse, dificuldade para respirar, progredindo para taquicardia e queda da pressão arterial”, explica Gisele Borba. O agravamento pode ser rápido e levar à insuficiência respiratória aguda, uma das principais causas de morte nos casos registrados. O atendimento hospitalar, segundo a médica, deve ser imediato diante de suspeita da doença.

Ainda que a transmissão de pessoa para pessoa não tenha sido registrada no Brasil, há relatos pontuais na Argentina e no Chile. “A transmissão de pessoa a pessoa não foi registrada no Brasil. Há relatos de casos isolados de transmissão entre humanos no Chile e na Argentina, sempre do Hantavirus Andes, que não é o que circula no Brasil”, esclarece a infectologista. Dessa forma, o maior risco de infecção segue vinculado ao contato com roedores contaminados.

No Brasil, os casos de hantavirose estão concentrados, principalmente, nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, sendo mais frequentes em áreas rurais. Apesar do potencial letal da doença, os números não indicam um aumento expressivo nos últimos anos. “O número de casos no Brasil é relativamente pequeno, estando mais concentrados em áreas rurais, principalmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Não tem havido aumento importante no número de casos nos últimos anos”, pontua Borba.

Como não há tratamento específico, a abordagem médica é baseada em suporte clínico para aliviar os sintomas e combater as complicações. “São instituídas medidas de suporte à medida que se façam necessárias, como medicamentos para elevar a pressão arterial (drogas vasoativas), para melhorar a contratilidade cardíaca (inotrópicos), administração de oxigênio sob cateter, máscara ou ventilação mecânica invasiva ou não invasiva, diálise etc.”, detalha a especialista.

A prevenção da hantavirose passa pelo controle de roedores silvestres e pela adoção de medidas de higiene em áreas de risco. “As medidas de prevenção são medidas para evitar contato com os roedores silvestres: manter o entorno da casa limpo, sem acúmulo de lixos ou detritos em redor, armazenar alimentos em recipientes bem fechados, evitar grandes fendas e aberturas nas casas em ambientes rurais etc.”, recomenda Gisele Borba.

Apesar dos avanços na pesquisa sobre a hantavirose, ainda não há uma vacina disponível para prevenir a infecção, o que reforça a importância de medidas preventivas para reduzir o risco de contaminação, especialmente em áreas onde há maior presença de roedores.

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