A tradição deu o tom na sexta de carnaval do centro histórico. No Beco da Lama, os acordes do frevo dominaram a trilha sonora entre os bares e ruas da Cidade Alta. A banda do bloco Pavão Misterioso e a orquestra Tomara Ki Dê Certo animaram os trabalhadores e foliões que circulavam pelo bairro.
O bloco Pavão Misterioso, o projeto carnavalesco da Casa do Cordel criado em 2015, foi o primeiro a agitar o centro, tocando frevos e marchinhas das 15 às 18h. Segundo Abaeté do Cordel, criador do bloco, o Pavão tem cerca de 60 foliões, e foi pensado para manter a Cidade Alta em movimento.
“O bloco sai na sexta, mas não paramos. Nos outros dias a gente se mistura com outros blocos da cidade. Já fomos até Ponta Negra”, diz Abaeté. Mas o coração do Pavão está no centro histórico. “A Cidade Alta é o coração de Natal, e a gente precisa manter esse coração pulsando. Se ele para, tudo acaba”, diz o pernambucano apaixonado por Natal.
A servidora aposentada Fátima Régis, foliã devota do Pavão Misterioso, ressalta um diferencial do bloco. “Ele é o único do centro que sai à tarde, portanto, a gente alcança as pessoas que estão saindo do trabalho, e proporciona essa alegria a elas”, diz.
O produtor cultural Marcelo Veni confirma que neste ano a Cidade Alta terá um perfil mais tradicional do que nos anos passados. “A festa com mais foco nas orquestras e bloquinhos combina bem com os comerciantes da área, e deve atrair um público que prefere essa pegada”, diz, ressaltando que manter a identidade do polo é o mais importante.
