Os festejos de Carnaval atraem multidões para as ruas, mas também criam um ambiente propício para golpes digitais, furtos e outros crimes. A combinação de insegurança, distração, grande fluxo de pessoas e intenso uso de tecnologias financeiras favorece a ação de criminosos, como golpes do Pix e da maquininha. Especialistas alertam para os principais riscos e ensinam como evitar prejuízos durante a folia.
A desatenção dos foliões é um dos fatores que mais contribuem para a ação dos golpistas. De acordo com o especialista em segurança digital Rodrigo Jorge, a vulnerabilidade aumenta. “Durante o Carnaval, as pessoas estão mais relaxadas, consumindo bebida alcoólica e distraídas”, comenta.
Além disso, há um aumento no uso de tecnologia para transações financeiras, como Pix e pagamentos por aproximação (NFC). “O grande volume de pessoas nos eventos dificulta a identificação de suspeitos, e a sobrecarga das redes móveis pode atrapalhar o acesso imediato a informações”, explica Jorge.
Entre os golpes mais comuns no período, os que envolvem o roubo de celulares são os que geram maiores prejuízos financeiros. “Com acesso ao aparelho desbloqueado, criminosos podem entrar em aplicativos bancários e realizar transferências, empréstimos e até mudar senhas. Além disso, o golpe da maquininha adulterada é bastante prejudicial, pois a vítima acredita que está pagando um valor, mas o pagamento pode ser muito maior”, afirma Rodrigo Jorge.
O especialista destaca que golpes envolvendo maquininhas de cartão e transações via Pix se tornaram mais sofisticados. “Os golpes com maquininhas adulteradas podem ser identificados observando alguns sinais. Sempre conferir o valor antes de aproximar o cartão ou celular e preferir digitar a senha apenas em maquininhas confiáveis. Além disso, é importante atentar para o visor da maquininha, pois alguns criminosos utilizam telas quebradas ou coladas para esconder informações”, diz.
“No caso do Pix, suspeitar de pedidos urgentes de transferência, especialmente se vierem de números desconhecidos ou de contatos que dizem estar com um novo número. Com a evolução da IA, golpes de engenharia social estão sofisticados, com vozes clonadas e deepfakes, o que reforça a importância de confirmar qualquer pedido”, acrescenta.
A tecnologia de pagamento por aproximação, apesar de prática, também pode ser explorada pelos criminosos. Nesse caso, é recomendável desativar essa função quando não estiver em uso. “A maioria dos bancos permite que o NFC seja ativado ou desativado pelo próprio aplicativo. Outra dica é utilizar um porta-cartões com bloqueio RFID para impedir que maquininhas próximas façam cobranças indevidas. Além disso, sempre conferir o valor na tela da maquininha antes de confirmar qualquer pagamento”, disse Rodrigo Jorge.
Os furtos de celulares durante o Carnaval são preocupantes não apenas pela perda do aparelho, mas pelo acesso aos dados financeiros das vítimas. “Ativar a autenticação em dois fatores para aplicativos bancários e de mensagens, configurar um bloqueio de tela forte com senha ou biometria, e evitar deixar aplicativos de banco abertos ou com senhas salvas”, orienta Rodrigo.