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Estresse pode causar gastrite nervosa, afirma especialista

Dor, queimação, azia e desconforto no estômago são sintomas comuns, mas nem sempre indicam um problema físico no órgão. A gastrite, que muitos associam à inflamação da mucosa gástrica, pode ter causas diferentes. De acordo com Auzelivia Rêgo, gastroenterologista do Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol/UFRN/Ebserh), a gastrite convencional, geralmente causada pela bactéria Helicobacter pylori, afeta diretamente o estômago. Já a chamada gastrite nervosa, ou dispepsia funcional, está mais ligada ao emocional do paciente e também deve ser observada.

A gastrite convencional acontece quando há uma inflamação real na mucosa gástrica. “A bactéria H. pylori chega ao estômago e causa um processo inflamatório. Uma vez tratada a infecção e a inflamação, o problema é resolvido”, esclarece Auzelivia. Já na gastrite nervosa, não há inflamação visível, mas sim uma alteração na forma como o estômago funciona, tornando-o mais sensível. “O estresse, a ansiedade e a depressão são os principais fatores desencadeantes. O estômago fica mais sensível devido a alterações químicas no corpo”, explica a médica.

Isso acontece porque o sistema digestivo tem uma grande rede de nervos e neurotransmissores, que são substâncias químicas responsáveis pela comunicação entre o cérebro e o corpo. “Quando estamos estressados, há um aumento da adrenalina e uma queda na serotonina, o que pode sensibilizar o estômago. O paciente sente dor, azia e estufamento, mas, ao fazer uma endoscopia, não encontramos nenhuma lesão”, afirma a especialista.

O diagnóstico correto é essencial para evitar tratamentos inadequados, e a endoscopia digestiva é o principal exame para diferenciar uma gastrite da outra. Se houver inflamação, a mucosa estará vermelha e irritada. No caso da gastrite nervosa, o exame pode estar completamente normal, porque a alteração está na função do órgão e não na estrutura.

O tratamento também varia conforme a causa. Para a gastrite convencional, o uso de antibióticos e medicamentos que reduzem a acidez são os mais indicados. Já na gastrite nervosa, é necessário tratar o fator emocional. “O acompanhamento psicológico é essencial. Muitas vezes, só de entender a doença, o paciente já se tranquiliza e os sintomas melhoram. Mas, em alguns casos, pode ser necessário o uso de medicamentos que ajudam a equilibrar os neurotransmissores”, detalha a médica.

Já para a gastrite convencional, as principais recomendações do Ministério da Saúde envolvem manter horários regulares para as refeições e evitar longos períodos de jejum. A alimentação deve priorizar frutas menos ácidas, verduras e carnes magras, enquanto itens como café, chá-mate, refrigerantes, álcool, embutidos, enlatados, frituras e excesso de sal devem ser evitados. Além disso, o uso de analgésicos sem prescrição pode agravar o problema. Nos últimos anos, Auzelivia Rêgo relata que tem sido observado um aumento nos casos de gastrite nervosa, que acompanha a crescente prevalência de transtornos como ansiedade e depressão. Na avaliação da gastroenterologista, a vida moderna impõe um ritmo acelerado e estressante, e isso reflete diretamente no corpo. O estômago é um dos órgãos que mais sofre com esse impacto.

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