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Empreender ou buscar um emprego fixo? Especialistas comentam o melhor caminho

O Brasil encerrou o ano de 2024 com cerca de 6,8 milhões de pessoas desempregadas. É o que apontam os dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para diminuir esses dados, muitos brasileiros se deparam com algumas alternativas, como procurar um emprego fixo de carteira assinada ou abrir o próprio negócio.

Para saber qual modelo de trabalho pode ser mais viável e lucrativo, o economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia (Corecon), Helder Cavalcanti, ressalta o autoconhecimento como o primeiro passo para tomar uma decisão. 

“Primeiro, como eu sou? Quais são os meus talentos? E qual é a minha capacidade de tocar um negócio? Porque o emprego tem as suas vantagens, você vai lá, cumpre suas tarefas, e se você cumpri-las bem, você vai ter uma carreira a princípio de estabilidade, um salário com alguns direitos, algumas proteções, mas sempre num modelo limitado. Você não pode criar grandes expectativas, ter grandes ambições de enriquecimento, de patrimônio, desses outros aspectos. Quanto a quem é autônomo, ele precisa primeiro identificar qual é a sua área de atuação. O que é o primeiro passo? É ver qual é o seu talento. De repente eu tenho uma habilidade para gastronomia, então eu posso começar empreendendo, sei lá, com doces, com salgados, com marmitaria, porque aquilo é um talento e quando a gente faz alguma coisa por talento, a gente gosta, se sente motivado e a gente sempre vai buscar criatividade e empreender e ter realização naquilo que faz e, consequentemente, uma remuneração à altura daquele empreendimento e de todo esse esforço que você está colocando”, explicou o economista, ressaltando as diferenças entre os dois modelos de negócio.

Economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia (Corecon), Helder Cavalcanti | Foto: cedida

Uma das principais distinções entre o trabalhador autônomo e o contratado é o lucro ao final do mês, enquanto um possui estabilidade financeira, o outro depende de diversos fatores para chegar em uma renda líquida final. De acordo com Helder Cavalcanti, educação financeira é um quesito básico para controlar os gastos: “Então, na CLT, qual é o meu salário? Quais são as minhas despesas? Eu vou ter que trabalhar uma boa reserva financeira. Esses são aspectos que são inerentes ao CLT, a quem tem a instabilidade. Então, as receitas têm que ser maiores do que as minhas despesas, para eu poder ter uma sobra financeira, para eu poder ter o meu enriquecimento, aí comprar meu patrimônio, meu imóvel, minha casa, ter uma reserva, ter um pensamento futuro a nível de aposentadoria”.

Ele avalia o cuidado financeiro do trabalho autônomo como ainda mais importante, ressaltando o cuidado com o planejamento: “O que é que eu vou investir? Separar? O que é investimento? O que é resultado? Os preços têm que estar contemplando tudo para que realmente ele tenha um resultado, que é o lucro do negócio dele. Esse lucro é o que vai viabilizar novos investimentos, ampliação do negócio e, consequentemente, um crescimento de patrimônio e usufruto futuro daquilo que ele fez, daquilo que ele empreendeu.”

A contadora Marília Alves destaca a escolha entre empreender e trabalhar em uma empresa como algo pessoal e desafiador. Para entender melhor como tomar a decisão certa, ela divide as principais vantagens e desvantagens dos dois modelos de trabalho:

Empreender

Vantagens:

  • Autonomia; 
  • Liberdade;
  • Potencial de lucro

Desvantagens: 

  • Riscos financeiros;
  • Carga de trabalho intensa;
  • Incerteza e instabilidade.

CLT

Vantagens:

  • Estabilidade financeira;
  • Desenvolvimento profissional.

Desvantagens:

  • Menos autonomia;
  • Crescimento limitado;
  • Dependência da empresa.

Para quem já trabalha e quer fazer a migração de uma abordagem profissional para a outra, existem alguns procedimentos legais a serem feitos. A contadora explica como executá-los:

Como migrar de CLT para empreendedor:  

  • Realizar pedido de demissão formal;
  • Procurar um contador especializado em legalização de empresas e fiscal para realizar a abertura de Micro Empreendedor Individual (MEI) ou uma Microempresa (ME) dependendo do ramo a ser escolhido, que pode ser um prestador de serviço ou atuação diretamente no Comércio.

Como migrar de empreendedor para CLT: 

  • Realizar o distrato da sua empresa, baixando e colocando fim nas atividades em todos os âmbitos institucionais como: Município, estado e federal.
  • Outra possibilidade além do fechamento é manter a inatividade da empresa. Dessa forma, existe a possibilidade de uma retomada em outro momento.
Contadora Marília Alves | Foto: cedida

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