A abertura de uma cratera na Rua José Luiz da Silva, no bairro Nossa Senhora da Apresentação, continua impactando a rotina de moradores e comerciantes da Zona Norte de Natal. O buraco, que surgiu após as fortes chuvas na última sexta-feira (15), ocupa toda a largura da via e alterou a dinâmica da região, obrigando o fechamento de pontos comerciais e a interdição de imóveis próximos. O episódio mobiliza não somente os órgãos responsáveis, mas o dia a dia de quem vive na rua segue comprometido. De acordo com a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra), não há cronograma definido para a conclusão do reparo.
Segundo comerciantes e moradores, as dificuldades começaram logo após o surgimento da cratera. Maria de Fátima, 50, proprietária de um comércio de alimentos e produtos para o lar, conta que o barulho foi ouvido antes da abertura do solo. “Na hora, só a gente escutou o barulho. Graças a Deus que ninguém passava, não teve prejuízo maior aqui, mas diminuiu 100% o movimento. Estou me sentindo prejudicada e sem nenhuma previsão de quando isso vai terminar”, lamenta.
Derick Everton, 19, que trabalha em um dos comércios da rua, relata que o impacto foi imediato na vizinhança. “Quando eu saí, já estava o buraco aí. Comprometeu o comércio do vizinho, que fechou, e também a casa dele. Acho que ele está morando na casa de parentes. Essa situação só atrapalha, quanto mais rápido resolver, melhor, para todo mundo”, conta o jovem, ao lembrar que o movimento na via reduziu de forma drástica após a interdição. O ponto fica localizado a três casas da cratera.
No local, segundo informações da Defesa Civil de Natal, duas casas e um comércio foram interditados após a ocorrência. “A Defesa está acompanhando o andamento da obra para desinterditar os imóveis assim que for possível”, informa. O órgão avalia que não há iminência de desabamento, já que as obras estão em andamento. No entanto, as casas interditadas estão sem acesso adequado, com risco de acidente para os moradores que tentarem entrar.
José Hélio, 54, que mantém comércio e residência de frente para a cratera, também relata prejuízos no dia a dia. “Estou desanimando. No início, começaram a trabalhar logo depois que abriu o buraco, mas ainda não conseguiram resolver os problemas. O movimento caiu muito, porque antes parava carro aqui e compravam. Até agora, ninguém [dos órgãos responsáveis] veio falar comigo. Ninguém nem sabe quando isso vai terminar”, relata.
A Secretaria Municipal de Infraestrutura informou em nota que “no momento não existe um cronograma definido, devido à grande dificuldade de acesso ao local, que possui um grande volume de esgoto e dificuldade no bombeamento”. A Seinfra destacou que as equipes estão realizando o esgotamento com bombeamento e a escavação em grande profundidade para desobstrução da galeria, com profundidade de 8 metros. No local, também está sendo realizada a cortina em concreto armado, que está sendo escavada e moldada, bem como serviços complementares.
“Para a Prefeitura, este serviço é prioridade e está sendo tratado com profunda cautela e compromisso com a população. As equipes estão trabalhando todos os dias para solucionar o problema da melhor maneira e o mais rápido que for possível realizar”, informa a Seinfra em nota. A pasta acrescenta que estão sendo realizados serviços preventivos em toda a cidade.
