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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na noite desta segunda-feira, 26, que a reforma tributária será negociada após o retorno do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, de viagem. Lira estará até quarta-feira, 28, em Portugal, onde participará de um fórum de debates sobre a política e a economia brasileiras.
Segundo ele, o governo quer aprovar um tema “complexo” com o maior número de votos possível. “Não queremos votar essa PEC [proposta de emenda à Constituição] com apenas 308 votos”, disse. “Queremos votar com bastante apoio porque é uma coisa para a sociedade, para o Brasil. É uma transição lenta, mas que aponta na direção correta. Então temos muito trabalho pela frente.”
Na semana passada, Lira afirmou que pretende fazer um esforço concentrado e, na próxima semana, a reforma tributária, o novo arcabouço fiscal e as mudanças no sistema de votação do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), tribunal administrativo da Receita Federal.
No meio da tarde, Haddad foi convocado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para reuniões no Palácio do Planalto. O ministro informou ter se encontrado com o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, para discutir questões relativas ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), e com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, para tratar da versão do Plano Safra. a familiares. Haddad não deu detalhes sobre os dois encontros.
Pela manhã, o ministro havia declarado que estava confiante na aprovação da reforma tributária e descartou novas concessões, argumentando que a reforma tem o impacto diluído no tempo. Pelo relatório apresentado na última quinta-feira, 22, haverá oito anos de transição para a adoção do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e 50 anos de transição da transição da cobrança do imposto no destino (local onde é comprada a mercadoria).
“Em reta final de uma negociação complexa, é todo mundo se manifestando. Mas você tem ali um colegiado representante do povo, representante da Federação, da Câmara e do Senado. E você vai ter uma conclusão do processo. Estou muito confiante”, declarou o ministro.
Em ao relação projeto que restabelece o voto de desempate do governo no Carf, Haddad disse ser necessário superar impasses que passaram a ocorrer desde que o sistema de votação foi mudado, em 2020.
“Do jeito que estava [com as empresas tendo o voto de desempate], não dava para continuar. Para você ter uma ideia, saímos de R$ 600 bilhões em contencioso para R$ 1,3 trilhão e, se nada acontecer, isso pode subir para R$ 2 trilhões segundo projeções da Receita Federal, o que é a paralisação do Estado brasileiro” , advertiu o ministro.
(Com Agência Brasil)
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