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Responsável pela organização, financiamento e planejamento da empreitada que tinha como objetivo sequestrar o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) e sua família, Janeferson Aparecido Mariano Gomes tem três apelidos no mundo do crime: Nefo, NF e Dodge. Membro da chamada Sintonia Restrita da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), ala responsável por atentados e resgates de presos, Nefo não se envolve em outras empreitadas da quadrilha, como sequestros e execuções de inimigos. A é a exceção do tráfico de drogas, segundo investigadores.
Na ação frustrada pela Polícia Federal na quarta-feira, 22, Nefo foi preso em São Paulo, assim como sua namorada, Aline de Lima Paixão, e outras sete pessoas. Uma ex-esposa e uma mulher apontada como amante do chefe do bando também estão entre os detidos preventivamente.
No processo que corre na 9ª Vara Federal de Curitiba, a participação de Janeferson na empreitada frustrada é detalhada pela PF, que mapeou bens e imóveis do acusado em nome de terceiros. “Não há dúvidas da aplicação dos valores originários do tráfico de drogas e da associação para o tráfico de drogas de Janeferson para o financiamento das atividades criminosas na cidade de Curitiba/PR, sendo que o patrimônio identificado em nome de terceiros é parte vital das ações presos para a desarticulação completa dos crimes em apuração, notadamente porque, com a prisão dos líderes, esse patrimônio é absolvido novamente pelo orcrim (organização criminosa) para continuar a prática dos mesmos delitos”, dizem os investigadores, no pedido de prisão preventiva da quadrilha.
Com apreensão do celular de Nefo e de outros acusados, a Polícia Federal encontrou uma imagem de um cofre e de anotações sobre os preparativos da ação contra o senador Moro. Também localizou detalhes de como a quadrilha planejava a execução do plano. Para não chamar a atenção de algum terceiro que poderia ter acesso às mensagens, os sequestradores utilizaram códigos. Sergio Moro, por exemplo, era Tóquio. A palavra seqüestro virou Flamengo. Outra palavra, ação, era Fluminense. A polícia tenta decifrar outras nomenclaturas.
Na audiência de custódia, o líder do bando pediu para não ficar preso no Paraná, com recebimento de confrontos com inimigos. A permissão não foi aceita.
Custódio
Outra imagem que chamou a atenção dos pesquisadores foi sobre a contabilidade da empreitada. Estima-se que a operação desbaratada pela PF custou 3 milhões de reais. Veja abaixo os números, representados em dólar.
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G1.globo