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O litoral de São Paulo, que é conhecido por acolher uma quantidade razoável de turistas durante a alta temporada, descobriu-se lar de um dos mais diversos habitats marinhos da plataforma continental brasileira. Um banco de rodolitos com mais de 5.000 metros quadrados acaba de ser revelado e confirmado pelo pesquisador do Instituto do Mar (IMar), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Rodolitos são nódulos formados por algas calcárias que, quando em grande quantidade, abrigam inúmeras espécies.
O ambiente está localizado na Ilha das Couves, em Ubatuba, litoral norte de São Paulo, e as primeiras experiências foram descobertas durante as pesquisas impostas à Petrobras na terceira etapa de licenciamento do Pré-Sal. Os técnicos envolvidos na descoberta se surpreenderam com os indicativos da presença de um habitat tão diverso em um dos locais mais visitados da região. Os rodolitos estão situados a cerca de 6 metros de profundidade, o que também foi motivo de surpresa, pois até então, nunca havia sido registrada a presença desse tipo de ecossistema em águas tão rasas.
As Ilhas das Couves são um importante atrativo de Ubatuba e pouco até tempo chegaram a receber aproximadamente 5.000 turistas em um único final de semana. Esse tipo de turismo exploratório pode afetar a biodiversidade do local. Com base nisso, o Ministério Público Federal passou a delinear responsabilidades e definir cenários alternativos para a gestão do local, o que culminou em uma Portaria Normativa que visa regulamentar a atividade turística na região. A descoberta dos rodolitos, porém, pode ser mais um atrativo para a ilha.
A recente descoberta abre possibilidade para novas questões científicas sobre a biodiversidade marinha no litoral de São Paulo. Até 2019, quando os pesquisadores registraram um banco de rodolitos anexo ao recife de corais da Ilha da Queimada Grande, litoral sul paulista, não tinham conhecimento desses habitats no litoral de São Paulo. “Percebê-lo, recobrindo mais de 5.000 mil metros quadrados, na Ilha das Couves, em uma profundidade de apenas seis metros, evidencia ainda mais a nossa carência de informações acuradas sobre a diversidade marinha”, diz Guilherme Pereira-Filho, um dos investigadores que assina a nota técnica sobre a descoberta, em comunicado.
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G1.globo