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Os recentes colapsos em bancos americanos e a venda do Credit Suisse para o UBS colocaram o setor bancário em destaque nos mercados financeiros globais. O Deutsche Bank é o mais recente objeto de preocupação para os investidores, com seus contratos de credit default swap (CDS), uma espécie de seguro contra calote, subindo para 175 pontos-base, o nível maior desde outubro, o que gerou uma nova onda de aversão a risco nos ativos financeiros globais. As ações do banco registram queda de mais de 10% no fim da manhã desta sexta-feira, 24, pelo horário de Brasília.
As autoridades reguladoras suíças e internacionais, juntamente com os bancos centrais, tinham a expectativa de que a venda do Credit Suisse para seu concorrente doméstico confortasse os mercados, mas os investidores ainda não pareciam confiantes de que o acordo fosse suficiente para estabilizar o setor bancário. Os temores de que a crise no setor bancário podem se restringir pelo mercado estão aumentando, com o índice Stoxx 600 Banks, que reúne as ações dos principais bancos europeus, recuou mais de 5%.
As ações de diversos bancos europeus, incluindo Deutsche Bank, Commerzbank, Credit Suisse, Société Générale, UBS, Barclays e BNP Paribas, garantiram quedas acentuadas nesta sexta-feira. Apesar disso, o Deutsche Bank tem se saído bem financeiramente, registrando lucros consecutivos por 10 trimestres após uma grande operação que visou a redução de custos e aumento da lucratividade. O banco apresentou índices positivos de solvência, liquidez e financiamento estável, o que sugere que sua situação financeira é estável. O chanceler alemão, Olaf Scholz, afirmou que o Deutsche Bank é um banco lucrativo e reorganizado, e o presidente do Banco Central Europeu afirmou que o setor bancário da zona do euro é resiliente e que o BCE pode fornecer disponibilidade se necessário.
Nas últimas semanas, os reguladores financeiros e governamentais tomaram medidas para evitar a segurança dos problemas em bancos específicos, e a agência de classificação Moody’s prevê que essas ações serão bem-sucedidas. No entanto, em um ambiente econômico emocionalmente complicado e com a confiança dos investidores em baixa, pode haver riscos de repercussões mais graves dentro e fora do setor bancário se os formuladores de políticas não conseguirem reduzir a turbulência. A Moody’s também prevê que as condições globais de crédito vão continuar enfraquecendo em 2023, devido a taxas de juros mais altas e crescimento mais baixo. A agência alertou que, à medida que os bancos centrais se esforçam para conter a angustiada, quanto mais apertadas as condições financeiras, maior será o risco de o estresse se internar para outros setores, o que pode causar mais danos financeiros e psicológicos.
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G1.globo