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VEJA Mercado | Fechamento da semana | 13/03 a 17/03
As bolsas de valores mundo afora navegaram por águas tortuosas na última semana, reflexo de episódios desestabilizadores, como a crise dos bancos iniciada pelo colapso do Silicon Valley Bank (SVB) e do Signature Bank, nos Estados Unidos. A bancarrota dos bancos fez com que o Federal Reserve, o banco central americano, intervisse para conter os danos ao mercado e para salvaguardar o resgate de recursos por parte dos investidores. Quem quase seguiu o mesmo caminho foi o First Republic Bank, uma instituição de médio porte baseada na Califórnia, que precisou ser socorrida por um grupo formado por onze bancos privados na última quinta-feira, 16 — eles acordaram uma alocação de 30 bilhões de dólares (158 bilhões de reais) na empresa. Mas uma grande notícia da semana veio do outro lado do Atlântico: uma das principais instituições financeiras do continente europeu, o Credit Suisse, precisou ser socorrido por meio de um empréstimo de quase 300 milhões de reais do Banco Central da Suíça após um relatório apontar “fragilidades materiais” em seu balanço.
A reação provocou pela crise de liquidez foi tamanha que as apostas sobre a continuidade do ciclo de altos juros pelas autoridades passaram a ser revistas para baixo, com maior chance de interrupção ou até reversão. O Banco Central Europeu (BCE), no entanto, prezou pela cautela e elevou a sua taxa básica em 0,5 ponto percentual. No próximo dia 22, estão marcadas reuniões do Banco Central e do Fed para redefinir o patamar dos juros no Brasil e nos Estados Unidos, respectivamente. Para um dos principais gestores de fundos de ações no Brasil, Florian Bartunek, “os bancos centrais não estão dispostos a pagar para ver uma crise sistêmica”. “Quando perdeu o Lehman Brothers quebrou, em 2009, quase que muita gente foi junto”, exemplificou o sócio-fundador da Constellation, em entrevista ao Radar Econômico.
No Brasil, a discussão sobre o patamar dos juros ainda passa por um elemento particular: a perspectiva fiscal do país frente à iminente apresentação da esperança fiscal que irá suceder o teto de gastos que perdurou de 2017 a 2022. O desenho do novo arcabouço, responsável por controlar o gasto público, foi concluído pelo Ministério da Fazenda, passou pela análise de ministros como Simone Tebet (Planejamento) e Geraldo Alckmin (Indústria), até chegar às mãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sexta-feira 17. O processo seguiu uma série de etapas, mas foi acelerado em meses pelo chefe da Fazenda, Fernando Haddad, em um aceno ao BC com a finalidade de criar espaço para uma queda de juros. Espera-se que o governo publique uma nova regra fiscal antes da próxima reunião do Copom para discutir algum tipo de pressão sobre o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto.
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G1.globo