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Levantamento da B3 mostra que aplicações em renda fixa subiram 44% em relação a 2021, com um total de R$ 1,6 trilhão investidos. Painel da B3 – Bovespa Nelson Almeida/ AFP Os investimentos em renda fixa no Brasil subiram 44% em 2022 e fecharam o ano com R$ 1,6 trilhão sob custódia (ou seja, aplicado), informado nesta quarta-feira (15) a B3. O resultado vai em direção oposta aos investimentos em renda variável, que fecharam 8% em relação a 2021, fechando o ano com R$ 459 bilhões sob custódia. Juntos, renda fixa e variável somaram um total de R$ 2.107 bilhões aplicados ao final de 2022. Para Felipe Paiva, diretor de Relacionamento com Clientes e Pessoa Física da B3, a preferência pela renda fixa é natural diante de uma taxa básica de elevada . “O cenário de taxas de juros de dois dígitos atrai naturalmente o maior número de investidores e captação. Mas a diversificação também tem pautado o comportamento dos investidores, ao constatarmos uma evolução positiva e recorrente do número de pessoas com aplicações em bolsa”, explica Paiva . A Selic está acima dos dois dígitos desde fevereiro de 2022, e segue a 13,75% ao ano — o que faz do Brasil o país com a maior taxa de juros reais do mundo. LEIA TAMBÉM: Golpe das criptomoedas: por que ganhar 5% ao mês em investimentos é quase impossível Dinheiro perdido por Scarpa poderia render R$ 1 milhão ao ano ‘Dinheiro esquecido’: com menos de 5% resgatados, R$ 5,7 bilhões Renda fixa disponível Em número de investidores, a renda fixa teve um aumento de 34% em 2022, chegando a 14,8 milhões de pessoas. A maioria (13,8 milhões) tinha aplicações em produtos de recepção bancária. São eles: CDB (Certificado de Depósito Bancário); RDB (Recibo de Depósito Bancário); LCA (Letra de Crédito do Agronegócio); LCI (Letra de Crédito Imobiliário). Juntos, os produtos somam R$ 1,3 trilhão em investimentos, segundo a B3. Variável de renda Apesar da queda no valor total aplicado, o número de investidores em variável de renda aumentou 19% em 2022 frente a 2021, chegando a 5 milhões de pessoas. Todos os produtos negociados em bolsa de valores (ações, fundos imobiliários, ETFs e BDRs) registram alto número de investidores. Os fundos imobiliários foram os únicos que tiveram aumento também no valor sob custódia, com avanço de 11%. “Mesmo em um cenário de alta taxa de juros, houve um saldo positivo de mais de 408 milhões de novos investidores em dezembro, considerando também aqueles que ingressaram por meio de uma oferta de BDRs realizada em novembro de 2021 com grande adesão de pessoas físicas”, informou a B3. Saltos no agronegócio e no setor imobiliário O relatório deste ano destacou que as aplicações aplicadas ao agronegócio saltaram em número de investidores (95%) e montante aplicado (79%) em 2022. O ano foi encerrado com 1,6 milhão de investidores e R $ 411 bilhões em recursos distribuídos em LCAs, CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) e Fiagros (Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais). A B3 também afirmou que: a participação do setor no fim de 2021 era de 14%; agora, o valor sob custódia representa 19,5% do total investido em renda fixa e variável somados; o saldo mediano no setor, por investidor, foi de R$ 51,7 mil. O relatório divulgado nesta quarta também destaca o setor imobiliário, que alcançou mais de 3,2 milhões de investidores e registrou R$ 380 bilhões em volume aplicado — um aumento de 46% frente a 2021. “A visão setorial é importante para mostrar que investimentos privados, de pequenos investidores, estão ajudando de forma significativa a segmentos importantes da nossa economia, enquanto geram rendimentos para quem aplica”, conclui Felipe Paiva, da B3.
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G1.globo